Apartir de 16 de março é possível fazer a pré-compra através do site wook da primeira obra relacionada com «Claridade», a visão da irmã mais nova de Ever, Riley. Para te abrir o apetite aqui ficam as primeiras linhas desta obra:
1
A maioria das pessoas pensa que a morte é o fim.
O fim da vida, dos bons tempos e... bem, o fim de praticamente
tudo o resto.
Mas essas pessoas estão enganadas.
Mortalmente enganadas.
E eu tenho obrigação de o saber. Porque estou morta há quase
um ano.
2
A parte mais estranha de morrer é o facto de nada realmente se
alterar.
Quer dizer, esperar‑se‑ia uma grande mudança, certo? Porque
morrer... bem, vamos encarar isto de frente: é uma coisa bastante
dramática. Dá para escrever canções, histórias e argumentos para
filmes. Caramba, até é um tema essencial dos desenhos animados
dos domingos de manhã. Mas a questão é esta: não é nada como
se vê na televisão.
Nada, mesmo.
Reparem em mim, por exemplo. Eu estou viva... o que é uma
prova mortalmente decisiva de que, na realidade, não é assim tão
diferente. Ou, pelo menos, não o é no começo. E, pelo menos, da
maneira má que, provavelmente, estarão a pensar.
Porque a verdade é que eu até me senti mais viva do que nunca
no momento em que morri. Passei a poder saltar mais alto e a correr
mais depressa e a atravessar as paredes, se quisesse. E até foi isso
que me fez perceber.
A coisa de poder atravessar paredes.
Porque não era como se eu conseguisse fazer este tipo de habilidade
antes e foi por isso que eu percebi que se passava qualquer coisa.
Qualquer coisa de muito sério.
Mas, até esse momento, pareceu‑me que era só um devaneio e bem giro.
Como se o meu pai tivesse acabado de decidir virar
quando nenhuma de nós esperava que ele se desviasse da estrada.
A certa altura ia ele a conduzir por uma via rápida que fazia
uma curva, enquanto eu cantava ao mesmo tempo que o iPod,
com a cabeça da minha cadela Botão de Ouro no meu colo, a fazer
o possível por ignorar o som que vinha da mandona da minha irmã
mais velha, Ever, que, praticamente, só vivia para me atormentar.
E, de um momento para o outro, percebi que estávamos noutro
sítio qualquer, completamente diferente.
Já não estávamos na estrada, nem no Oregon. Tínhamos, não
sei como, ido aterrar no meio de um campo lindo e cintilante que
estava cheio de árvores que pulsavam e de flores que estremeciam.
E quando os meus pais foram para um lado e a minha irmã foi
para outro, limitei‑me a ficar onde me encontrava, com a cabeça
a andar à roda como se estivesse maluca, sem saber quem devia
seguir.